sexta-feira, 31 de maio de 2013

As ruas da cidade me deixam gelado e cansado.A cidade é uma praia urbana revestida em areias de cimento.  Tento acender o amor sob a chuva. A cidade é fria, gelada e bem longe da vida. Na cidade só há coisas vulgares, que não deixam saudades, só lembranças que doem. Precisamos viver na cidade, mas tudo o que entregamos é o corpo. A vida na cidade é tão cheia de pouca sorte...  Quero sair da cidade, sair daqui, alcançar horizontes de paz, ficar perto do pulsar do sangue quente e encostar as mágoas no ombro que nos afaga as dores, que nos arrefece a raiva e nos limpa o ódio. Cansei de repousar sobre o mármore e ver tantas imagens doloridas, tanta, tanta dor. Não quero ouvir palavras perdidas, não quero ser só por ser, querer para morrer. Não vou para lugar nenhum - não tenho para onde ir... Não me escondo. A cidade é um fantasma que me desperta de mais um sono... Não durmo, não descanso, não procuro mais o sossego. A cidade é o nó na garganta, o ruído, sentimento - amor e ódio ao mesmo tempo - que me faz seguir em frente. Ferido e assustado como um cão, vou vivendo e me perdendo por aí... 

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