segunda-feira, 8 de abril de 2013

Sou assim meio estranho, meio esquisito, meio desconfiado, meio fechado, meio triste, meio arisco. E mesmo com tantos meios me considero um homem por inteiro. E mesmo que me cortem pelo meio, permanecem inteiros todos os meios. Não é possível ser diferente. Sou feito de todos os meios e, portanto, imperfeito.
Homem de verdade não tem de ser de nenhuma forma, nem estar em forma. Mas tem de ter raça, e coragem, porque o amor é sempre um ato de coragem. Saber amar não é fácil.
O Amor já não existe… Restam apenas pequenos impulsos, sentimentos escondidos nas palavras. Tudo são palavras, apenas palavras, sensações contidas no silêncio. Tudo o que nos resta é o silêncio... Apenas o silêncio.
Guardo todas as minha memórias no bolso. Não penso, não choro, tento fugir do medo. Não sussurro baixinho os meus segredos. Escrevo com mágoa, descrevo paixões mal resolvidas, despejo suspiros escondidos. A memória é a fome vivida, é a dor traída. A memória é a alma estampada no papel. Junto todas as folhas e as jogo bem alto no ar, memórias caídas do céu, sem tempo, sem espaço, sem sentido, volto a pegar folha por folha, sem organizar ou olhar. Leio de mente aberta cada pedaço de minha vida. Todos nós somos memórias, todos nós somos passado.
Chego a pensar que sou só um. Mas neste mundo de passos certos ou errados (de crescer ou cair) apenas descobri uma certeza: os meus passos não são para seguir, não trilham caminho, não seguem nenhum destino. Meu caminho é tão estranho e pouco sóbrio quanto eu.