segunda-feira, 1 de abril de 2013

Acordar, abrir com esforço os olhos, ver como cenário o fim madrugada, respirar para o sangue bombear. Erguer a cabeça da almofada, mil e um pesos me empurram para baixo: o sangue, a solidão, o silêncio, a dor. Mas, sem sangue não há alma, sem alma não há dor. Dá muito trabalho abrir os olhos, erguer a cabeça para o mundo, respirar. A vida é feita de enormes pedaços de morte, de sufoco, de desespero. Desejo não acordar, respirar, abrir os olhos. Por outro lado, não quero deixar de ouvir, não quero deixar de dizer palavras, que rasgam a pele e apertam o coração - palavras, apenas palavras… E fugir do mar de ausências, das terríveis ondas de silêncio.

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