segunda-feira, 1 de abril de 2013

Quero ser feliz até a indecência. Toda noite cobro o preço da minha astúcia, os juros do meu carinho. Por quê os homens têm sempre de se distrair das mulheres, por quê ainda preferem o status social? Eu ainda prefiro as mulheres. Prefiro perder-me no chamamento dos olhos que tudo pedem mesmo sem dizer nada. Não quero fartar-me de carne aos bocadinhos em breves momentos de sensualidade.
Quero o deleite. Para enxergarmos o belo temos de, de vez em quando, olhar para as coisas mais banais - o ordinário da vida. Gosto da violência dos jogos de amor devastadores. Sou tão brutal quanto delicado. Sou um mouro semicivilizado. Nas noites de prazer, prefiro a fogosidade clandestina, os encontros furtivos. Consegui que o prazer seja meu único objetivo, a minha única obsessão. O prazer, aqui e agora, para sempre, sem limites. Mas tenho de pagar por ele, porque tudo tem um preço. Entretanto, nunca fui defraudado por este investimento. Não abro mão dos deleites e das sutilezas desconcertantes do prazer. E que outro meio há para gozar plenamente a vida como algo positivo e não como um atabalhoado sonho que nos escapa?

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