segunda-feira, 1 de abril de 2013

Gosto do profano, não gosto do sagrado. Quando penso em Deus e todos os seus decanos - Cristo, Maria, São Sebastião, Santa Lúcia, o Arcanjo Gabriel - vejo a dor. Prefiro os demônios sorridentes, os únicos que sorriem na iconografia cristã. Sorridentes porque, nas velhas gravuras, espetam tridentes na pele dos condenados, derramam caldeirões de água fervente, violam mulheres, se embriagam, gozam a liberdade proibida aos santos. Prefiro o gozo de Lúcifer ao sangue do Cristo crucificado; prefiro as vísceras conservadas em litros de álcool às lágrimas da Virgem. Os cristãos têm apenas o prazer da devoção - ou submissão. Os pagãos, com seus olhos pintados, preferem as putas, as carícias, o incenso, os cultos proibidos, a liberdade. Os anjos não têm sexo e todos os demônios são fêmeas.

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