Gosto de Santo Antônio, das bruxas, do demônio. Não
gosto, da alegria volúvel misturada à luz do dia. Prefiro a noite escura
e fria, o claro-escuro. Amo a luxúria, que ultrapassa muros
impossíveis, vai além da consciência e explora os recantos mais
terríveis e obscuros. Não acredito em anjos. No silêncio misterioso e
profundo, encontro minha musa soberba e confusa, uma bruxa medonha e
estranha, um Diabo com patas de cabra, de face torta e macabra. Mas, se
olhá-la com mais atenção, descobrirei um cisne na sombra, alva como a
neve, suave como o crepúsculo, cândida como a prata banhada de Sol. A
beleza é a meia-noite nua, a luz, a luz decapitada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário