segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Volta e meia, releio um livro que eu gosto muito, Quatro Histórias ao Modo Quase Clássico (Editora Imago), uma pequena coletânea de contos meio autobiográficos escrita pelo norte-americano Harold Brodkey, que morreu de Aids em 1996. São quatro histórias que têm como elementos principais o sexo, a memória e a melancolia. A partir da sensualidade, Harold Brodkey evoca lembranças inventadas carregadas de tristeza (“Ouça o meu conselho e minta, diga que somos felizes, diga um monte de mentiras se você quiser fazer algo na vida”). O conto Inocência descreve uma tórrida relação sexual cheia de detalhes e minúcias - “Não quero você fazendo coisas pra mim! Eu quero que você dê uma trepada legal”. A sensualidade permeia praticamente todas as histórias narradas sob sensações difusas: “Somos criaturas indecentes remoendo uma léxica geometria emocional tão sofisticada quanto a alva sutileza do formato de um ovo”. Quatro Histórias ao Modo Quase Clássico é uma obra estranha, triste, criativa, que eu releio sempre com enorme prazer. É uma das minhas releituras favoritas.

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